Se os interesses que motivaram as nossas lideranças petistas fossem, pelo menos, os que refletem o “bairrismo”, ao tentarem nos enfiar “goela abaixo” a aliança com o PSDB do Aécio Neves, do FHC, do Serra – belicosos adversários do PT – para a sucessão de dezesseis anos na capital do Estado, poderíamos supor que é uma reação ao predomínio dos paulistas no poder nacional. Quer dizer, uma repetição, 78 anos depois, do levante dos mineiros que se uniram em armas aos gaúchos e paraibanos, para derrubar a Velha República, porque os barões do café não cumpriram o pacto com os fazendeiros do leite, da política da dobradinha “Café com Leite”. Mas não são nem elevados e nem medianos os interesses que atam acordos dessa natureza. É a Velha República que revive, reatualizando o persistente coronel nas figuras emblemáticas de lideranças, que a militância petista criou nas últimas três décadas, pensando estar enterrando o “coronelismo”. O “Petismo”, nesta hora que antecede às eleições municipais, deve ter em mente que ainda não está tão habituado às decisões de cúpulas, às alianças pragmáticas e não programáticas e aos oportunismos de suas personalidades. E também não percebeu que o PT caminha para se tornar um partido da “Velha República”, se não for reatada a organicidade com a base social que lhe deu vida e vigor para mudar o Brasil. Quer dizer, respeito à base.
*Valmore é sociólogo e secretário do PT de Montes Claros
Um comentário:
Sábias palavras companheiro Valmore!
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